quarta-feira, 20 de outubro de 2010

IPA - ÍNDICE PARASITÁRIO ANUAL DA MALÁRIA, O QUE É? COMO SE CALCULA?







Ficha de qualificação[1]
  1. Conceituação
    • Número de exames positivos de malária, por mil habitantes, em determinado espaço geográfico, no ano considerado (códigos B50 a B53 da CID-10).
    • A positividade pode resultar de: (i) demonstração do parasita em amostra de sangue examinada ao microscópio (gota espessa); (ii) método capilar para exame hematológico (QBC); e (iii) imunodiagnóstico .
  2. Interpretação
    • Estima o risco de ocorrência anual de casos de malária. Esse risco está relacionado à picada de mosquitos do gênero Anopheles, infectados com o protozoárioPlasmodium (falciparum, malariae ou vivax).
    • No Brasil, as áreas endêmicas localizam-se todas na Amazônia, com graus de risco expressos em valores do IPA: baixo (<10,0), médio (10,0-49,9) e alto (≥50,0).
  3. Usos
    • Analisar variações geográficas e temporais na distribuição da incidência de positividade laboratorial para malária em áreas endêmicas, segundo graus de risco, como parte do conjunto de ações de vigilância epidemiológica da doença.
    • Subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas e ações de controle da malária (diagnóstico precoce, tratamento oportuno, educação e medidas antivetoriais seletivas).
  4. Limitações
    • O indicador expressa o número de exames positivos e não de casos de malária, o que pode resultar em duplicidade de registro, quando o mesmo paciente é submetido a mais de um exame (para verificações de cura, de recrudescências ou de recaídas).
    • O IPA presta-se melhor à análise comparada de áreas endêmicas circunscritas, nas quais toda a população está em risco de contrair malária (risco alto, médio ou baixo). A sensibilidade do indicador fica reduzida quando aplicado a grandes extensões geográficas, onde existam populações não expostas.
    • A estratificação de áreas de risco pode representar dificuldades para o cálculo do indicador, especialmente em áreas de maior densidade populacional. O fator limitante para o seu uso em pequenas áreas é a disponibilidade de dados populacionais.
    • A capacidade de detecção, notificação, investigação e confirmação laboratorial de casos está sujeita às condições técnico-operacionais do sistema de vigilância epidemiológica, em cada área geográfica.
    • O indicador não discrimina as formas clínicas de malária, nem identifica as espécies de plasmódio circulantes, que têm significação distinta na transmissão, no tratamento e na evolução da doença.
  5. Fonte
Ministério da Saúde/CENEPI: Sistema de Informação de Malária (SISMAL) e bases demográficas do IBGE
  1. Método de Cálculo
Número de exames positivos para malária


  x 1.000
População total residente

  1. Categorias de análise
    • Unidade geográfica: Brasil, Grandes Regiões, Estados e Distrito Federal.
    • Sexo: masculino e feminino
    • Faixa etária: menor de 15 anos, 15-24, 25-44, 45-59 e 60 anos e mais.
  2. Dados estatísticos e comentários
Índice Parasitária Anual de Malária (em mil)
Brasil e Grandes Regiões, 1991, 1996 e 1999.
Regiões
1991
1996
1999
Brasil
3,7
2,8
3,9
Região Norte
36,0
34,0
47,0
Região Nordeste
0,5
0,5
1,2
Região Sudeste
0,0
0,0
0,0
Região Sul
0,1
0,0
0,0
Região Centro-Oeste
15,7
3,6
0,6
  1. A área endêmica de malária no Brasil abrange a totalidade da Região Norte e dois estados limítrofes que correspondem às regiões Nordeste (Maranhão) e Centro-Oeste (Mato Grosso). Entre 1996 e 1999, o número de lâminas positivas aumentou, em toda a área, de 384 mil para 597 mil. Os maiores aumentos percentuais nesse período correspondem aos estados do Maranhão (172%), Amazonas (139%), Acre (71%), Pará (68%) e Amapá (50%).
  2. A importante redução do IPA observada na Região Centro-Oeste deve-se à intensificação das atividades de controle no estado de Mato Grosso, onde o número de lâminas positivas decresceu de 38 mil para 6 mil, entre 1991 e 1999. Nas regiões Sudeste e Sul não tem ocorrido transmissão autóctone de malária, registrando-se apenas casos importados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário