Ficha de qualificação[1]
- Conceituação
- Número de exames positivos de malária, por mil habitantes, em determinado espaço geográfico, no ano considerado (códigos B50 a B53 da CID-10).
- A positividade pode resultar de: (i) demonstração do parasita em amostra de sangue examinada ao microscópio (gota espessa); (ii) método capilar para exame hematológico (QBC); e (iii) imunodiagnóstico .
- Interpretação
- Estima o risco de ocorrência anual de casos de malária. Esse risco está relacionado à picada de mosquitos do gênero Anopheles, infectados com o protozoárioPlasmodium (falciparum, malariae ou vivax).
- No Brasil, as áreas endêmicas localizam-se todas na Amazônia, com graus de risco expressos em valores do IPA: baixo (<10,0), médio (10,0-49,9) e alto (≥50,0).
- Usos
- Analisar variações geográficas e temporais na distribuição da incidência de positividade laboratorial para malária em áreas endêmicas, segundo graus de risco, como parte do conjunto de ações de vigilância epidemiológica da doença.
- Subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas e ações de controle da malária (diagnóstico precoce, tratamento oportuno, educação e medidas antivetoriais seletivas).
- Limitações
- O indicador expressa o número de exames positivos e não de casos de malária, o que pode resultar em duplicidade de registro, quando o mesmo paciente é submetido a mais de um exame (para verificações de cura, de recrudescências ou de recaídas).
- O IPA presta-se melhor à análise comparada de áreas endêmicas circunscritas, nas quais toda a população está em risco de contrair malária (risco alto, médio ou baixo). A sensibilidade do indicador fica reduzida quando aplicado a grandes extensões geográficas, onde existam populações não expostas.
- A estratificação de áreas de risco pode representar dificuldades para o cálculo do indicador, especialmente em áreas de maior densidade populacional. O fator limitante para o seu uso em pequenas áreas é a disponibilidade de dados populacionais.
- A capacidade de detecção, notificação, investigação e confirmação laboratorial de casos está sujeita às condições técnico-operacionais do sistema de vigilância epidemiológica, em cada área geográfica.
- O indicador não discrimina as formas clínicas de malária, nem identifica as espécies de plasmódio circulantes, que têm significação distinta na transmissão, no tratamento e na evolução da doença.
- Fonte
Ministério da Saúde/CENEPI: Sistema de Informação de Malária (SISMAL) e bases demográficas do IBGE
- Método de Cálculo
Número de exames positivos para malária | |
| x 1.000 |
População total residente | |
- Categorias de análise
- Unidade geográfica: Brasil, Grandes Regiões, Estados e Distrito Federal.
- Sexo: masculino e feminino
- Faixa etária: menor de 15 anos, 15-24, 25-44, 45-59 e 60 anos e mais.
- Dados estatísticos e comentários
Índice Parasitária Anual de Malária (em mil) Brasil e Grandes Regiões, 1991, 1996 e 1999. | |||
Regiões | 1991 | 1996 | 1999 |
Brasil | 3,7 | 2,8 | 3,9 |
Região Norte | 36,0 | 34,0 | 47,0 |
Região Nordeste | 0,5 | 0,5 | 1,2 |
Região Sudeste | 0,0 | 0,0 | 0,0 |
Região Sul | 0,1 | 0,0 | 0,0 |
Região Centro-Oeste | 15,7 | 3,6 | 0,6 |
- A área endêmica de malária no Brasil abrange a totalidade da Região Norte e dois estados limítrofes que correspondem às regiões Nordeste (Maranhão) e Centro-Oeste (Mato Grosso). Entre 1996 e 1999, o número de lâminas positivas aumentou, em toda a área, de 384 mil para 597 mil. Os maiores aumentos percentuais nesse período correspondem aos estados do Maranhão (172%), Amazonas (139%), Acre (71%), Pará (68%) e Amapá (50%).
- A importante redução do IPA observada na Região Centro-Oeste deve-se à intensificação das atividades de controle no estado de Mato Grosso, onde o número de lâminas positivas decresceu de 38 mil para 6 mil, entre 1991 e 1999. Nas regiões Sudeste e Sul não tem ocorrido transmissão autóctone de malária, registrando-se apenas casos importados.
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